Origen: Mirandese plateau, Trás-os-Montes
Genre: Villainous Romance
Performer: Galandum Galundaina
Álbum: “Modas i anzonas“ (2005)
(3:10) “Habas Berdes“ is a traditional dance from the portuguese province of Trás-os-Montes and the neighbouring province of Zamora in Spain.
“La Loba Parda“ is a popular song by an unknown author, reproduced and transmitted verbally by shepherds since immemorial times, being referred to as an old song as early as the 16th century. It’s thought to have first appeared in Extremadura, and over time it spread to all those places where transhumance was practised, where the transhumant shepherds transmitted it to their companions from other regions. As for the language, it’s Mirandese, the dialect of the “Land of Miranda“, intimately related to Asturian and Leonese.
In Portugal, a variant of the romance known as “Romance da Lhoba“ (“The Lhoba’s Romance“) appeared, being essentially sung among the pastoral community of Miranda do Douro, but it’s possible that it was known in other places where transhumance was culturally hosted in the past. Traditionally sung on Christmas Eve nights, especially in Spain, this extraordinary cultural song constantly is a reminder of the conflicting history so incisive between a Man and a Wolf, within the Iberian Peninsula. As well as having a teaching and warning character among the pastoral community, like a fable, it alerts them to the importance of using the livestock guardian dog to defend their flocks and above all a warning to the importance of never leaving the flock unprotected under any pretext.
In a version sung and narrated by a shepherd native to the Mirandese region, the she-wolf ended up dying, but she died vengeful. In fact, when the shepherd returned to the threshing floor, he discovered that the rest of the pack had taken advantage of the opportunity to attack and injure the flock with mortandade (baiting technique). Thus, and in a curious way, this novel ends with the praise and recognition of the geniality and wisdom of the wolf, clearly showing that in this war there are no winners, only losers. There are several versions of this rimance throughout Miranda, accompanied by the bagpipes and danced in the villages on feast days, known as “Bicha“ (soft word for ’b*tch’), or played with the shepherd’s flute on the cliffs of the Douro river.
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Origem: Planalto Mirandês, Trás-os-Montes
Género: Romance Vilanesco
Intérprete: Galandum Galundaina
Álbum: “Modas i anzonas“ (2005)
(3:10) “Habas Berdes“, trata-se de uma dança tradicional da província portuguesa de Trás-os-Montes e da província vizinha de Zamora, em Espanha.
(0:34) Aqui a tradução para português é: “remendando o meu casaco“. Çamarra ou samarra é o nome do casaco feita de pele de ovelha
“La Loba Parda“ é um romance popular de autor desconhecido, reproduzido e transmitido oralmente pelos pastores desde tempos imemoriais, sendo que já no século XVI era tida como uma canção antiga. Pensa-se que terá surgido, primeiramente, na Estremadura, tendo-se difundindo com o passar do tempo por todos aqueles lugares onde se praticava a transumância, onde os cabaneiros de transumância transmitiram-na aos companheiros de outras regiões. Correm várias versões deste rimance pela Terra de Miranda, acompanhado pela gaita de fole e dançado nas aldeias em dias de festa, com o nome de “Bicha“, ou com tocado com a flauta pastoril nas arribas do Douro.
Em Portugal, chegou uma variante do romance conhecido como “Romance da Lhoba“, sendo essencialmente cantada entre a comunidade pastoril de Miranda do Douro, mas é possível que seja conhecida em outros lugares onde culturalmente se acolheu a transumância no passado. Tradicionalmente era cantado nas noites de véspera de Natal, principalmente em Espanha, este extraordinário cântico cultural recorda-nos constantemente a história conflituosa tão incisiva na península ibérica entre o Homem e o Lobo. Para além de possuir um caráter de ensino e alerta entre a comunidade pastoril, como uma fábula, alertando para a importância de se utilizarem cães de gado na defesa dos rebanhos e sobretudo um alerta para a importância de nunca deixar o rebanho desprotegido sob pretexto algum.
Já numa versão cantada e narrada por um pastor nativo da região mirandesa, a loba parda acabou por morrer mas morreu vingativa. Com efeito, quando o pastor voltou à malhada descobriu que o resto da alcateia tinha aproveitado para atacar e ferir o rebanho com mortandade (técnica do isco). Assim, e de forma curiosa, este romance termina com o louvor e o reconhecimento da genialidade e sabedoria do lobo, mostrando claramente que nesta guerra não há vencedores, apenas vencidos. Quanto à língua, esta canção é cantada em mirandês, o dialeto da região das Terras de Miranda, intimamente relacionada com o asturiano e o leonês.
Música:
Artwork (arte): “The Wolf and the Lamb“ by Jean-Baptiste Oudry ( century)